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História do time mais italiano de São Paulo - Palestra Itália - Palmeiras

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Em 1914, depois da visita de 2 times do futebol italiano em São paulo, Torino e Pro Vercelli, quatro italianos moradores do bairro do Brás – Luigi Cervo, Ezequiel De Simone, Luigi Emanuelle Marzo e Vicenzo Ragognetti, empolgados com a visita, resolveram fundar uma equipe de calcio (futebol em italiano) para os filhos da velha bota.

Os 4 italianos eram funcionários das Indústrias Matarazzo, reduto italianíssimo da cidade e depois da presença das duas equipes por aqui, contaram também com o apoio não só dos funcionários, como da direção da empresa. A idéia agradou toda a comunidade italiana paulistana, sendo assim surgiu a idéia de fazer uma convocação aos italianos residentes na cidade.

Na época, havia um jornal destinado aos italianos que circulavam em São Paulo, o Fanfulla, muito conhecido entre a italianada, e aproveitando este público, os 4 italianos publicaram uma nota no diário com o seguinte texto:

"Todos aqueles que desejarem participar da criação de um clube italiano de calcio (futebol) devem comparecer às 20h da Rua Marechal Deodoro, 02 para a reunião da fundação do Palestra Itália"

Neste texto fica claro que o nome já estava definido antes da convocação.

No dia 26 de agosto de 1914, em uma quarta-feira, naquela mesma hora marcada, estando presentes o número exato de 46 pessoas, foi fundado o clube Società Palestra Itália - Palestra em italiano significa Ginásio.

Dizem por ai, que neste mesmo dia a rivalidade entre Palmeiras e Corinthians também nasceu. Não se sabe ao certo se a história é verídica, mas entre essas 46 pessoas que fundaram o Palestra, alguns eram ex-sócios insatisfeitos que acabariam de se desligar do clube Costela Corinthiana (Corinthians) para ajudar a fundar um clube em São Paulo que representasse o povo italiano. Há quem diga também que depois de uma grave crise no Costela Corinthiana em 1914, italianos passaram a frequentar o palestra, decidindo aderir ao mais novo time da colônia. Além disso, o Palestra recebe o reforço de oito jogadores do Corinthians, todos de origem italiana, neste caso a divisão entre corinthianos e palestrinos acaba dividindo muitas famílias italianas que sempre penderam mais para o lado do palestra.

Teoricamente, participar de um clube ou de uma agremiação é também estabelecer um rivalidade com os demais, ou seja, um modo de criar uma identidade cultural, econômica e social. Assim como no caso do Palmeiras X Corinthias, segue aqui alguns exemplos clássicos no mundo esportivo como o Rangers X Celtics (protestantes anti-católicos x minoria pobre e imigrantes católicos), o Roma X Lazio (cidade eterna x região rural) ou então o Barcelona X Real Madrid (nação catalã x Castela e Franco).

A criação do clube Palestra Itália em São Paulo, foi exatamente isso: os italianos estabeleceram um vínculo, algo concreto que fazia referencia a sua origem de um povo pobre e batalhador que chegara em São Paulo para substituir a mão de obra escrava brasileira. Assim como os escravos criaram o samba, capoeira, expressões musicais e culturais que representavam o seu povo, o clube Palestra Itália fez o mesmo pelo povo italiano de São Paulo, trouxe de volta um gostinho da sua terra natal, valores culturais e união.

A italianada estava em festa em São Paulo com o anuncio da criação do novo clube, mesmo já havendo na época alguns pequenos clubes que representassem a colônia como o Ruggerone FC (da Água Branca) e o Ítalo FC. Em 1914 também foi fundado o FC Bersaglieri (com sede na rua Vergueiro, 402), Societá Calcistica Florentia, a AC Lazio, o Savóia, o Roma e o Itália Foot-Ball Club. Apesar deste número grande de pequenos clubes, a maioria não vingou e nenhum deles havia realmente conquistado os imigrantes italianos como o fez o Palestra, embora muito influenciados pela elite italiana, pelo peso político dos diretores das Indústrias Matarazzo e de seus funcionários, transformando-o, anos mais tarde, no representante oficial da colônia.

A criação do palestra em São paulo também influenciou outras colonias italianas espalhadas pelo Brasil a fundarem também os seus clubes próprios, como o Cruzeiro em Minas Gerais e o Paraná Clube no estado do Paraná, todos eles fundados com o mesmo nome Società Sportiva Palestra Italia.

Nos primeiros meses, o futebol era apenas para a recreação de associados, em um campo alugado na Vila Mariana, onde é hoje a Vila Clementino, muito próximo ao Parque do Ibirapuera. Provavelmente o campo deveria ser este:

- mapa do campo na Vila Clementino - São paulo - SP

Apenas em 1915 o Palestra disputa o seu primeiro jogo amistoso, contra o Savóia de Sorocaba, também de origem italiana (que hoje é conhecido como Votorantim Futebol Clube). A primeira camisa era verde, com uma larga faixa horizontal branca e um escudo com a cruz de Savóia do lado esquerdo do peito. Em 1916 o clube já disputa o seu primeiro jogo no campeonato da Associação Paulista de Esportes Atléticos, contra a Associação Atlética Mackenzie College com a escalação: Fabrini; Grimaldi e Ricco (o capitão); Fabbi II, Bianco e De Biase; Gobbato, Valle II, Vescovini, Bernardini e Cestari.

Em 26 de Abril de 1920, o Palestra compra o estádio e os 150 mil metros quadrados do terreno pertencente à Companhia Antarctica Paulista, que foi contruído para o lazer dos seus funcionários, depois de passar pelo controle do Germânia (clube de origem alemã) e do antigo América F.C., que depois de dificuldades financeiras, passou a sublocar alguns horários para outras equipes. Foi assim que em 1917 o Palestra Itália começou a mandar seus jogos no Parque da Antarctica, dividindo horários de treinos com o América F.C.

O clube que começara pequeno, agora tem campo próprio, sede e alguns títulos em sua recente história, alguns de forma indiscutível como o de 1926 com 9 partidas, 9 vitórias, 33 gols e o de 1932 conquistando o "Paulista" de forma invicta, e com a melhor campanha da história da competição: 11 jogos, 11 vitórias, 48 gols pró e apenas oito gols contra. O primeiro jogo internacional do Palestra se deu contra a Seleção Paraguaia em 26/10/1922 com uma vitória do Palestra por 4 x 1.

Depois de várias pequenas reformas no estádio, em 13 de Agosto de 1933, na partida Palestra Itália 6 x 0 Bangu, pelo Torneio Rio-São Paulo, o Parque Antarctica é reinaugurado com o nome de "Stadium Palestra Itália: maior e mais moderno estádio de futebol do país", com capacidade para 30 mil torcedores.

Entre 1935 e 1937, o Palestra começa a se tornar conhecido fora do país ao disputar amistosos contra o Boca Juniors, Estudiantes, Huracán e Velez da Argentina e do Espanyol, da Espanha, além de quebrar o recorde brasileiro de partidas invictas, permanecendo 43 jogos sem perder.

Em 1942, o clube teve de mudar de nome por causa da "Segunda Guerra Mundial". Nenhuma entidade esportiva brasileira podia ter o nome de outros países, que estivessem na guerra ou não. Governo ameaçou o clube de confiscar todos os bens e leiloar caso as exigência não fossem cumpridas. Neste grande impasse entra o rival São Paulo FC, que se aproveitando da situação e de sua falta de estádio, acusou os palestrinos de associação como o fascismo italiano e o nazismo apoiando o governo brasileiro a desapropriar seus bens e assim levar o Parque Antarctica a leilão. Isso apenas serviu para acirrar a rivalidade entre os 2 clubes, pois o Paletra não deixaria que isto acontecesse.

O Palestra então teve de procurar outra denominação que não "Itália" e passou a se chamar "Palestra de São Paulo", porém a justiça implicou novamente com o nome "Palestra" e depois de 6 meses uma nova mudança, agora definitiva, para "Palmeiras", depois de uma longa sessão que varou a madrugada para a escolha do nome. A cor vermelha também foi retirada do uniforme, mantendo-se apenas o verde e branco, e no escudo foi removida a letra I, manténdo-se apenas a letra P sobre o fundo verde.

Depois de todas as exigências das autoridades atendidas, o Palmeiras entrou em campo no Domingo seguinte para decidir o título do campeonato justamente contra a equipe do São Paulo FC, em uma final épica, depois de tomar um 3 a 1, o São Paulo FC abandona o campo aos 19 minutos do segundo tempo quando ainda havia um penalti a ser batido pelo agora Palmeiras. O São paulo FC humilhado ficou sem o campo e sem o título.

Em 1951, o time conquista a Copa Rio contra a Juventus de Turim, copa criada pelo Brasil para apagar a derrota da copa de 1950 perdida em pleno Maracanã para o Uruguai e para recuperar a auto-estima do futebol brasileiro. O jogo foi realizado no Maracanã e depois da conquista do título, o Palmeiras desfilou em carro aberto pela cidade do Rio de Janeiro sendo depois recebido em São Paulo na estação Roosevelt de trem por 1 milhão de pessoas. A competição teve uma grande importância histórica reconhecida pela FIFA. Na edição do maior jornal esportivo brasileiro A Gazeta Esportiva deu como título na primeira página o seguinte: " - Palmeiras Campeão do Mundo - "

Bom, depois disso vieram mais e mais títulos e glórias...

Curiosidades:

* Mazzola (José João Altafini), ex-atacante palmeirense, é o único jogador a jogar a Copa do Mundo por duas seleções diferentes. Fez parte do primeiro grupo brasileiro campeão do mundo, em 1958, na Suécia, e em 62, por causa de sua descendência italiana, disputou a Copa do Chile pela Itália.

* O Palmeiras é um dos dois únicos times brasileiros a ceder jogadores para a Seleção Brasileira em todas as cinco Copas do Mundo vencidas pelo Brasil.

* As oito estrelas do distintivo atual fazem referência ao mês de fundação do clube, agosto, e ao número de títulos paulistas conquistados pelo clube ainda como Palestra Itália.

* O Palmeiras é o time brasileiro com maior participação em Libertadores, um total de treze, até sua última participação em 2006, tendo chegado a quatro finais. Também é a equipe do Brasil que possui mais partidas no torneio e mais gols marcados.

* O Palmeiras foi o primeiro clube do Brasil a adotar um Fabricante de Material esportivo nos anos 70, a Adidas.

* Em 1965, na inauguração do Mineirão, o Palmeiras inteiro, do goleiro aos reservas, todos vestiram a camisa da seleção brasileira, para jogar um amistoso contra o Uruguai. que terminou 3x0 para o Brasil-Palmeiras.

* De acordo com o estatuto do clube, só merecem a homenagem os atletas que nunca jogaram contra o Palmeiras, por isso, apenas três jogadores têm seus bustos nos jardins da sede social do Parque Antarctica: Junqueira, Waldemar Fiúme e Ademir da Guia.


Hino do Palestra Itália

Cantando em coro a victoria
que vem de nosso valor,
Palestrinos - para a Glória,
Para a Glória e para o amor.

Sob o esplendor que irradia
De nossa bandeira ideal,
vamos cheios de alegria
Para a lucta franca e leal

Que da nossa mocidade
Fulga em doce aspiração
Da victoria a claridade,
Da Glória o nosso brazão...

Do nosso peito a aurea offerta,
Do valor de todos nós
Há de florir forte e certa
De um canto a rutila voz...

Que a bandeira scintillando
Com um brilho matinal
Fique bem alto pairando
A nossa Glória immortal!


Hino do Palmeiras atual

Quando surge o alviverde imponente
No gramado em que a luta o aguarda
Sabe bem o que vem pela frente
Que a dureza do prélio não tarda

E o Palmeiras no ardor da partida
Transformando a lealdade em padrão
Sabe sempre levar de vencida
E mostrar que de fato é campeão

Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra

Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra

Por nosso alviverde inteiro
Que sabe ser brasileiro
Ostentando a sua fibra



Sede do palestra Itália em 1915


Apresentação do uniforme - 1915


Primeiro jogo oficial em 1916 contra o Mackenzie



Time de 1920, campeão paulista

Gazeta esportiva depois da goleda do palmeiras por 8 x 0 em cima do Corinthians - 1933

Entrada do time com a bandeira do Brasil, primeira partida como Palmeiras - 1942

Comemoração nos vestiários depois do jogo da lama



Foto area do parque antarctica



Foto da seleção brasileira no mineirão, time completo do palmeiras do goleiro aos reservas


Torcida do palmeiras no palestra itália com as cores da bandeira da Itália


Video da matéria da Gazzetta Dello Sport sobre o Palmeiras




Video da história do Palmeiras (arquivo record)






Video da história do Palmeiras (TAM nas nuvens)


São Paulo abandonada, restaurada e reciclada

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Um amigo meu me passou dois links bem interessantes sobre o patrimônio paulista.

O site São Paulo Abandonada mostra alguns locais da cidade que foram abandonados pelo poder público, casas, casarões, monumentos, fontes, praças, coretos, vielas e passarelas, tudo em perfeito estado de deterioração e degradação. Fatos para lamentar...
O site é baseado em fotos, mas também é informativo.
URL:
http://saopauloabandonada.com.br/

Muito legal a iniciativa dos criadores do site, uma forma de protesto virtual e que total apoio do Italianada em Sampa. Além disso eles mantêm um fórum de discussão sobre o assunto no Yahoo Groups.

Os mesmos criadores do site acima também criaram o site São Paulo Restaurada, quem tem um lado mais investigativo com artigos e notícias sobre a cidade que restaura e ao mesmo tempo degrada o seu patrimônio. Vale a pena conferir as matérias e os comentários gerados pelos internautas. Mais uma bela iniciativa da equipe que se auto-define como defensores do patrimônio histórico da cidade de São Paulo.
URL:
http://saopaulorestaurada.com.br/

Além desses sites que eu recebi, também vale a pena citar o trabalho da minha amiga Marina Spirandelli em seu blog: Vemos o que somos.
Paulista de sangue italiano, conta um pouco sobre as injustiças vivenciadas na cidade, ecologia, reciclagem, sustentabilidade e melhorias que podemos adotar como cidadãos.

Vale a pena colocar os 3 no favoritos do seu browser e dar uma olhadinha sempre que puder.
Você pode também seguir um dos criadores desses sites no twitter: https://twitter.com/piratininga

Músicas Italianas dos anos 60 - Jerry Adriani?

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Nunca pensei que fosse ouvir Jerry Adriani na minha vida. Pior, além de ouvir, estou aqui confessando publicamente. Cazzo!
Bom, já que admiti, devo explicar então o que aconteceu.

Gosto muito de música italiana, principalmente as dos anos 60 que competiam com os ingleses e americanos de igual pra igual. Gosto também de algumas bandas atuais italianas, mas o filet mignon esta realmente nos anos 60: Rita Pavone, Pepino de Capri, Bobby Solo (o Elvis italiano), Domenico Modugno, Gianni Morandi, Sergio Endrigo, Edoardo Vianello, Jimmy Fontana, entre outros.
Estava disposto a achar alguns álbum legais para escutar, coisa velha, mais coisa fina.

Googando muito, achei um site bem completo, separado por cantor e ano de lançamento da música. Você pode escutar o som e ainda acompanhar lendo a letra da música em italiano. Muito bom pra quem pretende aprender a língua.
Veja aqui: http://italiasempre.com/verpor/mp32.htm

Pois bem, voltando ao Jerry Adriani, nesta minha buscas por algumas músicas italianas, encontrei um álbum do cantor de 1964 chamado "Italianíssimo", e vi que todas as músicas eram italianas cantadas em italiano. Bom, neste caso fui atrás do álbum pra escutar, e não é que o cara cantava muito bem em italiano....Muito bom mesmo!

O sucesso na época foi tanto que no mesmo ano, ele lançou um outro álbum também só com músicas italianas chamado "Credi a Me". Descendente de italianos e criado pela avó, teve sempre desde cedo o contato com a língua e por isso começou a carreira cantando em italiano, além de gostar muito do idioma e das canções que ouvia cantadas pela nonna.

Não conheço a carreira dele completa, apenas conheci estes 2 álbuns, e posso falar que pra quem gosta de música italiana dos anos 60, os 2 são ótimos, sendo que o primeiro é ainda melhor.
Vale a pena escutar pra quem gosta.

Navio Aquitaine e a imigração para a América do Sul

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De acordo com o documento que encontrei no Memorial do Imigrante do Bráz, meu bisavô italiano chegou no porto de Santos no dia 19 de setembro de 1891, provavelmente partindo do Porto de Genova. Giovanni Della Negra (Pai, 50 anos), Antonio Della Negra (filho, 10 anos), Giuseppe Della Negra - mio bisnonno (filho, 8 anos), Catarina Della Negra (filha, 12 anos), Rosa Della negra (filha, 14 anos) e Teresa Spirea (esposa, 49 anos).

A familia Della Negra naquele momento estava colocando os pés no Brasil.

Todos eles atravessaram o Oceano Atlântico, trazendo tudo o que podiam em uma aventura de mais ou menos 25 dias abordo de um navio a vapor chamado Aquitaine.

O navio "Aquitaine" foi um vapor francês de 1988 toneladas, contruído pela SGTM (Sunderland Shipbuilding Co.) da Inglaterra a pedido da Société Générale de Transports Maritimes a Vapeur de Marseille.
Este navio fazia a linha entre Europa - América do Sul, mais precisamente saia de Marseilles (França) e provavelmente passava em Genova (Itália) para pegar mais passageiros, depois mais uma parada em Valencia (Espanha) e só depois seguia para a América do Sul com destinos finais: Rio de Janeiro, Santos (Brasil) e Buenos Aires (Argentina). O Navio apesar de ser a vapor, possuía 2 mastros e uma chaminé e tinha uma velocidade média de 12,5 nós marítimos. Em 1908 foi comprado pela France-Amerique Line e depois afundado na França em 1927.


Esta longa viagem no vapor me lembrou muito um filme chamado "Nuovomondo" que retrata a imigração italiana para os Estados Unidos desde a pobreza em terras italianas até o desembarque na América, mostrando fielmente como a viagem é terrivelmente desagradavel e desgastante.

Os aventureiros ficavam muitas vezes expremidos nos porões dos navios em pequenas camas, sem espaço, sem luz, sem janelas, rodeados de ratos, adoecendo e infelizmente padecendo, muitos não chegando a tão esperado destino final. Muito bom este filme, vale a pena assistir.
Filme: Nuovomondo (2006)

Logo após o desembarque no porto de Santos, meus ascendentes italianos pegaram o trem da São Paulo Railway que fazia linha de Santos a Jundiaí, porém, no meio do caminho, desceram no Brás para se identificarem na Hospedaria (atual Memorial do Imigrante), onde ficariam de 3 a 6 dias para fazer o cadastro de imigração, contrato de trabalho para trabalhar nas fazendas de café, tomar banho, fazer exames, tratar os dentes e cortar o cabelo para depois seguirem adiante.

De acordo com algumas fontes e parentes, meu bisavô acabou indo pra Sousas trabalhar nas lavouras de café, muito perto de Campinas e depois de alguns anos foram para São Caetano do Sul para trabalhar em uma olaria.
Pois é, a saga continua...

Palio di Siena 2009 e um pouco de história

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Semana passada aconteceu a primeira corrida do Palio de Siena de 2009, a corrida de cavalos mais impressionante e empolgante do mundo, um evento regional cercado de história e tradição que acontece apenas 2 vezes por ano: dia 02 de julho (Palio di Provenzano) e dia 16 de agosto (Palio dell'Assunta), em Siena, região da toscana, na Itália.


Esta corrida acontece desde o Século XVII sem nenhuma mudança, as mesmas regras, trajes, bandeiras que desfilam em praça pública, contradas "le contrade" e o mesmo local, tudo como se fosse na idade média.

Antes de cada corrida, há um cortejo das contradas participantes “Corteo Storico” com os condutores das bandeiras “Alfieri”, que usam trajes medievais e fazem alguns malabarismos com a bandeira da amada contrada. Logo depois vem os “carabinieri” montados empunhando espadas.
A corrida acontece na principal praça de Siena, Piazza del Campo, na frente do belíssimo Palazzo Pubblico, que fica completamente lotada com os moradores e turistas que vão para Siena ver a corrida. Muitos proprietários de casas na frente da praça, alugam suas casas para os turistas verem o Palio das sacadas. A praça fica tão lotada que não é possível ver o chão da praça, apenas é possível ver a pista.

São ao todo 17 contradas, que funcionam como se fossem bairros de Siena que competem entre si. Se a pessoa nasce em um determinado local da cidade ela automaticamente pertence a aquela contrada, que possui uma sede, que geralmente fica ao lado de uma igreja do mesmo bairro, possuí uma diretoria "Seggio", um chefe chamado "Priore", tem escudo, bandeiras, estandartes das vitórias, trajes típicos das cerimônias e cores que enfeitam toda a cidade o ano inteiro quando esta contrada ganha o Palio.
São elas: Aquila, Bruco, Chiocciola, Civetta, Drago, Giraffa, Istrice, Leocorno, Lupa, Nicchio, Oca, Onda, Pantera, Selva, Tartuca, Torre e Valdimontone.

São 10 contradas que competem, 7 são inclusas automaticamente por terem sido excluídas da última corrida, e mais 3 que são sorteadas todos os anos. Os cavalos são sorteados 3 dias antes da corrida, só neste momento que as contradas sabem qual cavalo irá representá-la, depois desta definição, a contrada invoca o seu respectivo padroeiro para ajudar o cavalo e o jóquei que irão competir.

As dificuldades são imensas, a pista é coberta de areia para não machucar os cascos dos cavalos, pois o piso original da praça é uma espécie de paralelepípedo; os jóqueis não usam selas, vão sentados direto no pêlo do animal; o terreno da praça é irregular, tem um desnível de cerca de 15% em certos locais e existe uma curva bem acentuada que dependendo da velocidade, os cavaleiros ficam por ali mesmo. Por causa disso, é muito comum caírem do cavalo durante o Palio e se machucarem. Nada disso importa muito, pois mesmo caindo, se o cavalo chegar em primeiro a contrada vence a corrida. Para se ter uma idéia do perigo, em 2004 um cavalo morreu depois de sofrer uma queda durante a corrida e ser pisoteado pelos outros cavalos.


Geralmente são apenas 90 segundos de emoção e adrenalina, 3 voltas na praça que definem o campeão, depois do corrida as pessoas invadem a pista, agarram o jóquei, beijam o cavalo, rezam, pulam e gritam muito, impressionante a importância desta corrida naquela cidade.

O Palio não é uma manifestação turística organizada com fins lucrativos. Siena respira o Palio assim como o Brasil respira o futebol, quando estive lá, em todo o estabelecimento que entrava havia a bandeira de determinada contrada, assim como nós vestimos a camisa do nosso time de futebol, os Sieneses “Senesi” vestem as cores da sua contrada, camisetas e cachecóis pelas ruas da cidade. Quase toda a cidade é enfeitada de bandeiras e estandartes da contrada vencedora, é impressionante como eles levam a sério esta corrida e como a cidade pára para ver o espetáculo.

Este ano a Contrada della Tartuca ganhou o Palio com uma certa folga. Veja o vídeo aqui:


Fotos da Toscana por Claudio Calvani

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Você gosta de fotografia? Gosta da Itália e mais precisamente da Toscana?
Bom, acho que vai gostar das fotos deste fotógrafo italiano chamado Claudio Calvani, especializado em fotos naturais de paisagens e de animais, com um grande diferencial, ele mora no coração da Toscana, em San Gimignano (Siena).

Todas as fotos são impressas manualmente no tamanho original e depois é aplicado um método chamado de Cibachrome, um processo químico de destruição de cores, reconhecido pela perfeita definição, grande intensidade de cor, pureza dos brancos e pela fidelidade em relação às características da transparência de origem.

Além da técnica, ele tem um olho bem apurado, talvez pela convivência extrema com a paisagem que o cerca, suas fotos acabam trazendo o que há de melhor em cada espaço, em cada cena do cotidiano bucólico “toscanês”.

Ele também tem um livro publicado de fotos sobre a Toscana "Toscana - luci e colori delle stagioni", algo como "Toscana - luzes e cores das estações", não conheço o livro, mas deve ter uma qualidade muito boa de impressão com cores muito mais vivas do que estas que estão na WEB.

Pra quem conhece bem a paisagem da Toscana, não vai cansar de ver milhares de girassóis, videiras, pequenos caminhos pelas plantações, árvores solitárias, casebres de pedra, flores e muitas cores, algumas fotos parecem até pinturas de tão perfeitas.

Selecionei aqui algumas fotos do site dele:




















Vejam todas aqui

Árvore Genealógica da família Della Negra

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Árvore Genealógica da família Della Negra no Brasil - São Paulo.

A família é bem espalhada pelo estado de São Paulo, oriundo da Itália, Giovanni Della Negra com a sua esposa e filhos desembarcou no porto de Santos em 1891, pegou o trem até a hospedaria do Brás e lá recebeu orientações para sua entrada no país como imigrante, sendo depois encaminhado para trabalhar nas fazendas de café da região de Campinas-SP.

O registro desta passagem está no arquivo do Museu do Imigrante: Della Negra

Uma grande parte dos descendentes ficaram espalhados por Campinas, outra parte migrou para Valinhos, Americana e após a crise nas lavouras de café, parte da família foi para São Caetano do Sul. Hoje temos Della Negras em várias cidades Paulistas.


1.Giovanni Della Negra (IT) + Teresa Spirea (IT)
1.1.Antonio Della Negra (IT) + Valentina Frezarin
1.1.1.Luiz Della Negra
1.1.2.Pedro Della Negra + Teresa Labella
1.1.2.1.Antonio Della Negra + Teresa Benetasso Della negra
1.1.2.1.1.Cris Della Negra
1.1.2.1.2.Sandra Regina Della Negra
1.1.2.2.Alcides Della Negra
1.1.2.3.Geraldo Della Negra + ?
1.1.2.3.1.Roberta Della Negra
1.1.2.3.2.Xxxx Della Negra
1.1.3.Angelin Della Negra
1.1.4.Santina Della Negra
1.1.5.José Bepim Della Negra
1.1.6.Inês Della Negra
1.1.7.Tereza Della Negra
1.1.8.João Della Negra
1.1.9.Mario Della Negra + Celina Boem
1.1.9.1.José Antonio Della Negra + Zuleica da Silva Della Negra
1.1.9.1.1.Cristiane Della Negra + Antonio Paulo Crepaldi
1.1.9.1.1.1.Victor Della Negra Crepaldi
1.1.9.1.2.Vanessa Erica Della Negra + Frederico Wiezel Barbosa
1.1.9.1.2.1.Ana Maria Della Negra Barbosa
1.1.9.1.3.Daniele Della Negra
1.1.9.1.4.Ana Flavia Della Negra
1.1.9.2.Mario Della Negra Filho + Sandra Ribeiro
1.1.9.2.1.Piter Ribeiro Della Negra
1.1.9.2.2.Nilza Garcia Della Negra
1.1.9.3.Luiz Carlos Della Negra + Tereza Teixeira Della Negra
1.1.9.3.1.Janaina Della Negra
1.1.9.3.1.1.Gabriela Carolina Della Negra Faria
1.1.9.3.1.2.Miguel Della Negra Palmonari
1.1.9.3.2.Simone Teixeira Della Negra
1.1.9.3.3.Elizabete Teixeira Della Negra
1.1.9.3.4.Luiz Carlos Della Negra filho
1.1.9.4.Sidney Della Negra
1.2.Catarina Della Negra (IT)
1.3.Rosa Della Negra (IT)
1.4.Giuseppe Della Negra (IT) + Luigia Masin**
1.4.1.Waldomiro Della Negra + ?
1.4.1.1.Edmundo Della Negra + Marcia Grecchi
1.4.1.1.1.Maira Grecchi Della Negra + Adriano Gaya
1.4.1.1.1.1.Theo Della Negra Gaya
1.4.1.1.2.Laura Grecchi Della Negra
1.4.1.2.Raimundo Vandir Della Negra + Mafalda Cicalla Della Negra
1.4.1.2.1.Luis Antonio Della Negra + Rossana Della Negra
1.4.1.2.1.1.Giovanna Della Negra
1.4.1.2.1.2.Gabriela Della Negra
1.4.1.2.2.Vania Helena Della Negra + José Roberto Pereira Lima
1.4.1.2.2.1.Roberta Della Negra
1.4.1.2.2.2.Guilherme Della Negra
1.4.2.Giuseppina Della Negra + ?
1.4.2.1.Nancy Lovato + ?
1.4.2.1.1.Fernando Lovato
1.4.2.1.2.Karina Lovato
1.4.2.1.3.Maria Luiza Lovato
1.4.2.2.Oswaldo Lovato
1.4.3.Antonio Della Negra + Celestina Dalcin
1.4.3.1.Clovis Della Negra + Maria Romera
1.4.3.1.1.Marcel Della Negra (eu) + Camila G Della Negra
1.4.3.1.1.1.Bruno Della Negra
1.4.3.1.1.2. Manuela Della Negra
1.4.3.1.2.Rodrigo Della Negra + Alexandra
1.4.3.1.2.1.Luan Della Negra
1.4.3.1.2.2.Pyetra Della Negra
1.4.3.1.3.Aryane Della Negra
1.4.3.2.Durval Della Negra + Maria Della Negra
1.4.3.2.1.Marcos Della Negra + Maria Luiza Viri Della Negra
1.4.3.2.1.1.Leandro Viri Della Negra
1.4.3.2.1.2.Jessica Viri Della Negra
1.4.3.2.2.Marcia Della Negra
1.4.3.3.Sidnei Della Negra + Maria Della Negra
1.4.3.3.1.Mauricio Lucio Della negra + ?
1.4.3.3.1.1.Nickolas Della Negra
1.4.3.3.2.Loris Adriano Della negra
1.4.3.3.3.Ana Claudia Della Negra
1.4.3.3.4.Mariane Claudia Della negra
1.4.3.3.5.Ana Flavia Della Negra + Marcelo Ribeiro
1.4.3.3.5.1.Lucas Della Negra Ribeiro
1.4.3.3.5.2.Loris Della Negra Ribeiro
1.4.3.4.Diva Della Negra Urbaneja +Charlito Gonçalo Urbaneja
1.4.3.4.1.Ademir Urbaneja
1.4.3.4.2.Almir Urbaneja
1.4.3.4.3.Suelli Urbaneja
1.4.3.5.Odila Della Negra + José Mario Munari
1.4.3.5.1.Devanir Munari
1.4.3.5.2.Dejair Munari
1.4.3.5.3.Devair Munari
1.4.3.5.4.Delmo Munari
1.4.3.5.5.Denise Munari
1.4.3.6.Cloi Della Negra + Luiz Corrochano
1.4.3.6.1.Denise Corrochano
1.4.3.6.2.Doris Corrochano
1.4.3.6.3.Dionice Corrochano
1.4.3.6.4.Luiz Corrochano
1.4.3.7.Jahir Della Negra + Augusto Branco
1.4.3.7.1.Mirian Branco + ?
1.4.3.7.1.1.Live Branco
1.4.3.7.2.Nice Branco
1.4.3.7.3.Maisa Branco
1.4.3.7.4.Claudemir Branco
1.4.3.7.5.Ronaldo Branco
1.4.3.8.Dirce Della Negra Leal + Angelin Leal
1.4.3.8.1.Edelsio Della negra Leal
1.4.3.9.Deise Della Negra + Nelson
1.4.3.9.1.Marcos
1.4.3.9.2.Marli
1.4.3.9.3.Magali
1.4.3.9.4.Nelson
1.4.3.10.José João Della Negra

Familia Coppini
1.5.Luiza Mazin + Caetano Coppini (após a morte de seu marido casou-se novamente) **
1.5.1.Genoefa Coppini
1.5.2.Isolina Coppini
1.5.3.Irio Coppini
1.5.4.Hugo Coppini
1.5.5.Draziana Coppini
1.5.6.Alzira Coppini
1.5.7.Armando Coppini
1.5.8.Hilda Coppini

Della Negras di Piemonte
2.Virgilio Della Negra + Marianna Starobbo Della Negra
2.1.Reinaldo Della Negra + Rina Terzago della Negra
2.1.1.Marinella Della Negra + Jose Roberto De Paula
2.1.1.1.Marina Della Negra De Paula
2.1.1.2.Felipe Della Negra Thome De Paula
2.1.1.3.Patricia della Negra De Paula
2.2.Renato Della Negra + Olga Angelino Della Negra
2.2.1.Gian Franco Della Negra
2.2.2.Anna Maria Della Negra + Francesco Povegliano
2.2.2.1.Sandro Della Negra Povegliano + Luciana Zaia Della Negra Povegliano
2.2.2.2.Daniela Della Negra Povegliano + Alexandre Figueredo

Della Negras di Udine

1.Mario Della Negra IT + Letizia Portello IT
1.1.Gianfranco Della Negra IT + Margherita Giannini IT

1.1.1.Matteo Della Negra



Conheça mais sobre a história da família Della Negra:

História da Famiglia Della Negra

História da Famiglia Della Negra - parte II

Brasão oficial da família Della Negra

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Encontrei uma outra ramificação da minha família aqui no Brasil, o mesmo sobrenome Della Negra, mas teoricamente são de outra região da Itália, do Piemonte.

De qualquer forma, somos do mesmo sangue, a mesma família, acredito que parte dela saiu do Piemonte e acabaram indo para Vicenza constituindo este outro ramo na região.

Sandro Della Negra Povegliano foi quem me deu este brasão dos Della Negras de Piemonte e que provavelmente é o brasão oficial da família, pois ele esta registrado na Racolta Araldica del Cav. Leone Tettoni di Torino.


Este stemma é bem mais bonito do que aquele que encontrei no ramo de Vicenza, que postei aqui

Agora que percebi que neste brasão há simbolos do baralho (naipes) que são as cartas pretas, espadas e paus, o famoso casal preto. Será que é por isso que gosto muito de truco? Tá no sangue!!!

Alguns significados dos naipes:

- Espadas - facas, simbolizando a lâmina e o "masculino". representa a NOBREZA, já que os cavaleiros nobres são antes de tudo guerreiros e a espada é a arma-símbolo desta condição.

- Paus - cetros, a linhagem real, o bastão florescente, representa os camponeses, já que aparenta ser um instrumento de trabalho no campo.

Personalidades da história nestes naipes:

  • Rei de Espadas - o rei israelita Davi;
  • Rei de Paus - Alexandre, o Grande;
  • Dama de Espadas - A deusa grega Atena;
  • Dama de Paus - Elizabeth I de Inglaterra;
  • Valete de Espadas - Hogier, primo de Carlos Magno;
  • Valete de Paus - Sir Lancelot ou Judas Macabeu;

Conheça mais sobre a história da família Della Negra aqui neste blog:

Pinturas da Itália

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Recebi um daqueles PPTs por email com algumas imagens de pinturas de paisagens da Itália, muitos cenários de Veneza, Florença e alguns outros de cidadezinhas da Toscana.

As pinturas são muito boas, algumas parecem realmente reais, outras mais parecem com um daqueles filtros do photoshop, mas é um trabalho realmente muito bem feito à mão por uma americana de Los Angeles conhecida por Mckenzie.

Ela conseguiu captar algumas belas cores da Itália, cores do entardecer, do pôr-do-sol e do comecinho da noite, mas o mais impressionante são os reflexos na água. Me falaram que uma das coisas mais difíceis de pintar é a água, é muito complicado e muito difícil reproduzir com perfeição reflexos e a textura, parece que nesse quesito ela foi bem.

Desconheço o motivo de tantas pinturas da Itália, deve ser uma grande simpatizante do país e de suas cores, coisas que não conseguimos explicar em palavras e imagens, só estando lá pra ver e sentir.

Seguem as imagens da pintora, o site delaé bem ruim, mas tem lá algumas das fotos que estou colocando aqui:



































Um pedacinho da Itália está em São Paulo até 30 de setembro

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Acho que muitos descendentes de italianos sempre tiveram a vontade de estar na Itália, conhecer a nação onde seus antecedentes nasceram.
Apesar da distância que separam os 2 países, e o valor de uma viagem que não é barata para boa parte dos brasileiros, um pouquinho desta viagem pode ser feita aqui mesmo em São Paulo. Esta exposição é uma pequena amostra do quanto a Itália é interessante além de ainda poder ganhar a promoção e viajar realmente para a velha bota.

Essa exposição é muito interessante e gratuita, instalada na praça de eventos do Central Plaza Shopping em São Paulo, reproduz através de cenários muito bem elaborados, algumas das maiores belezas da Itália.

Os cenários mostram um pouco de cada uma das principais atrações turísticas da Itália e a sua história. A viagem começa com uma réplica cenográfica de 4,5 metros de altura da Fontana de Trevi, que fica em Roma e já foi muitas vezes palco para vários filmes. O ambiente inclui até uma piscina para atirar moedas.

“É um verdadeiro convite cultural. E tem despertado a atenção de todos que passam pelo local. Tornou-se um ambiente de entretenimento, de conhecimento e até de saudade por parte de quem já teve a oportunidade de conhecer o país”, comenta a idealizadora do projeto, Mari Viana, diretora da Biblioteca de Idéias

Outra atração é uma maquete de 3 metros de altura reproduz o monumento Torre de Pisa, um dos pontos turísticos mais visitados da Itália. A próxima parada é Veneza. A reprodução está tão perfeita, que o visitante se percebe integrado com o cenário.

“Ao tirar uma foto, por exemplo, parece que se está em Veneza, é criada uma realidade visual. A gôndola, que leva os turistas aos mais belos passeios pelos canais da cidade, também compõe o cenário, e foi construída com estrutura de um barco original”, explica Mari Viana.

O Vaticano, que na verdade é um país dentro da Itália, foi representado por painéis e muitas fotos. “Num cenário de 150 metros de diâmetro, a seleção dos temas sintetizou o que a Itália pode oferecer e muito mais”, completa a assistente executiva da Agência Nacional Italiana de Turismo, Rosana Lopreiato.

Milão, a mais rica das cidades italianas, é representada por painéis expostos, vídeos de desfiles e estilistas, lojas de super grifes, enfatizando a importância desse segmento para o mundo, principalmente para o país.

Roma, é mostrada em três realidades distintas que convivem em harmonia em um mesmo espaço. Ou seja, Roma por inteiro, (Roma atual – capital da Itália), a Roma antiga e Roma cristã.

Não esqueceram da presença da Itália no futebol, com seus principais times e uniformes da seleção, da presença da Itália no cinema, na arte e ciência, gastronomia e nas festas em homenagem aos seus santos devotos — um painel destaca a comemoração de San Gennaro e outras festas já incorporadas ao nosso calendário.

“É importantíssimo trazer a Itália perto do povo brasileiro porque é uma nação muito presente entre nós, principalmente no Sudeste e Sul do Brasil, quando, em meados do século XIX, chegaram os primeiros imigrantes italianos, que deixaram as suas marcas na nossa formação e, o mais importante, na alma das pessoas que admiram as suas tradições, cultura e arte”, apóia a mestre em história pela UNESP, Universidade Estadual Paulista de Franca-SP, Liamar Tuon.


Além disso muita coisa sobre a imigração italiana no Brasil. “O período em que o Brasil mais recebeu imigrantes foi de 1880 a 1920. Eles passaram por muitas dificuldades, aqui o trabalho era duro e as condições de vida mais adversas. O trabalho, antes realizado pelos escravos nas fazendas de café, passou a ser feito pelos imigrantes. Também vieram os que já possuíam algum ofício, uma profissão artesanal, como pedreiro e sapateiro”, conta a historiadora.

Segundo estimativa da embaixada italiana no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de imigrantes italianos. “A cultura italiana, de forma geral, se misturou e ajudou a formar a nossa história, comportamento e costumes”, conclui o diretor de criação da Biblioteca de Idéias, Duda Januzzi.

“A exposição multimídia resgata aspectos importantes da imigração italiana, apresentando um passado desconhecido para a maioria dos visitantes”, complementa o professor de história, João Bonturi.

Há também muita interação com o público, promotores falando italiano ajudam os visitantes a formar a árvore genealógica da família em busca de sua raiz. As pessoas ainda podem consultar um site no local para saber sobre a chegada dos antepassados no Brasil por meio dos sobrenomes, basta ter apenas o nome e a data da entrada.

Quem for à exposição, recebe também um cupom para participar de um concurso cultural. O autor da melhor frase será contemplado com uma viagem à Itália, com direito a acompanhante.

Local da exposição: Central Plaza Shopping, praça de eventos
Endereço: Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.000 | Vila Prudente | São Paulo-SP
Evento: exposição sobre a Itália nos 10 anos do Central Plaza Shopping
Data: até 30 de setembro
Entrada e estacionamento gratuitos

Brunello di Montalcino safra 1999, enfim dugustado.

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Essa semana, com um pouco mais de tempo, conseguimos finalmente comemorar uma série de conquistas e mudanças, resolvemos fazer um jantarzinho na casa nova e abrir um presente que estava guardado há mais de 2 anos esperando por uma bela ocasião.

Meados de julho de 2007, verão na Europa, Eu e mia moglie estávamos em Firenze, obra de arte a céu aberto. De lá resolvemos fazer um caminho pelas vinícolas da toscana por estradelas que são mais demoradas no trajeto, mas que nos possibilitavam parar em cada vinícola para degustar os vinhos.

No caminho fomos de cidade em cidade e de taça em taça passamos por Greve in Chianti, San Giminiano e Montalcino, esta última cittá famosíssima pelo vinho Brunello di Montalcino, e claro que não poderíamos de deixar de provar essas iguarias toscanas e porque não, trazer algumas pro Brasil.

Depois de passar por várias vinícolas, buscando o Brunello perfeito, passamos por uma que realmente chamou a atenção. Paramos o carro naquela área para estacionar coberta de pedregulhos em frente a um casarão feito de pedras ao estilo toscano - nosso sonho de consumo - e fomos até a cantina que ficava no pavimento inferior a uma temperatura que parecia até ter ar condicionado. Pedimos para degustar o Brunello de 1999, a safra que eu estava procurando, já que foi uma das melhores já colhidas na Itália.

Geralmente a pessoa que nos atende, serve o vinho e fica esperando um veredito ali mesmo olhando pra sua cara. Talvez até por um ato de intimidação, as pessoas nem gostam tanto e fazem um OK como se tivessem aprovado o vinho. Mas não foi esse o caso, a pessoa serviu o Brunello e deixou a gente bem a vontade, saindo da sala para fazer outras coisas.
Nesta hora, eu olhei pra Cá e falei: "Bom, né?"

O nome da vinícola é Azienda Agricola Piombaia e além da cantina onde serviam os vinhos, havia uma pequena osteria (L'Osteria la Crocina) onde há pratos típicos da toscana e os vinhos da própria fabricação para acompanhar.

Apesar de termos adorado o vinho, ainda faltavam algumas vinícolas pelo caminho para provarmos. Agradecemos e voltamos para a estrada na busca do Brunello perfeito.

Passamos por mais 2 ou 3 vinícolas, todos os Brunellos de 99 que provamos não chegavam perto daquele que havia deixado aquele aroma intacto na boca.

Não tivemos dúvida, voltamos cerca de 30 KM do nosso trajeto para buscar aquele Brunello e aproveitamos para almoçar na osteria que parecia muito boa e realmente era. Mangiamo una pasta na parte de fora da osteria, em uma parte cercada de vidros, que deixava o ambiente bem ensolarado.

Em 2007, pagamos 30 euros pela Brunello, convertendo pra aqui, seria cerca de 100 reais no Brasil, mas um Brunello di Montalcino da safra de 1999, você dificilmente encontra aqui no Brasil por menos de 200 reais, aliás até mesmo esta safra é difícil de encontrar. Segundo o guia de safras históricas da Itália, melhor que esta só a de 1998, mas a diferença de preço é quase o dobro.

Na página da vinícola, o preço dele hoje esta 40 euros e o de 1998 esta 80 euros

Ao voltar para o Brasil, embalado em plástico bolha e com todo o cuidado do mundo, o vinho ficou em casa desde então, na horizontal, temperatura ambiente e sem luz direta apenas aguardando o momento sublime de ser degustado.

Estávamos ensaiando para abri-lo há um tempão, lógico que teria que ser em uma ocasião especial. A primeira que surgiu foi o nascimento do meu filho Bruno, mas como a patroa não poderia beber nada alcoólico logo após o parto e o fato de ter um bebê recém-nascido em casa não ajudou muito, não seria justo abrir o vinho e não curtir com ela como imaginamos. A comemoração era mais que perfeita, mas não a aproveitaríamos como deveríamos.

Vamos então esperar a próxima ocasião quando o Bruno estiver crescido e o Brunello envelhecido um pouco mais.

A próxima ocasição surgiu 1 ano e 2 meses depois, quando finalmente mudamos para o nosso apartamento que tanto estavamos esperando.

A Cá preparou um risotto alla margueritta (manjeiricão, mozzarela de búfala, tomate e parmesão ralado) acompanhado de carne vermelha pra exigir bastante de um rosso italiano bem encorpado, medalhões de filet mignon.

Colocamos o pequeno Bruno pra dormir e o Brunello finalmente acordou!

Depois de 10 anos ele libertou todo o seu aroma e robustez que estavam presos aguardando o momento certo para explodir em um buquê que dominou o meu paladar.

A cor típica que indica um vinho mais velho, o vermelho alaranjado, trouxe também um pouco de nostalgia como se houvéssemos voltado naquele verão europeu de 2007 quando compramos o vinho na Toscana, parecia que um filme que misturava som, imagens e sabores estava passando em nossas cabeças naquele momento.

O prato combinou perfeitamente com o vinho, nada brigou com nada, uma perfeita harmonia valorizando apenas o jantar em si. Sou suspeito, mas posso dizer que ela tem aprimorado o risotto a cada dia.

O vinho ficou, aquele gosto que persiste na boca, nada comparado aos vinhos leves, jovens e vermelho violeta que tomamos no dia-a-dia, este vinho fica na boca e ficou na mente, assim como aquele momento.

Ma che bella cena!! Mangiamo troppo!
Grazie a Dio!

Brasileiros que falam italiano

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Entre os anos de 1875 e 1935, aproximadamente 1,5 milhão de italianos resolveram habitar o Brasil. Esses habitantes italianos geraram 25 milhões de descendentes, uma proporção de 15% do total de habitantes brasileiros, contabilizando a maior população de origem italiana fora da Itália.

Assim fica muito fácil entender porque no Brasil quase 1,5 milhão de habitantes falam italiano como segunda língua ou sendo usado em comunidades e famílias, totalizando assim a maior população fora da Itália.

1 Brazil 1,500,000
2 Argentina 1,500,000
3 USA 1,008,370
4 France 1,000,000
5 Canada 661,000
6 Germany 548,000
7 Switzerland 500,000
8 Venezuela 400,000
9 Australia 353,605
10 Belgium 250,000
11 UK 200,000
12 Egypt 72,400

O total de pessoas que falam italiano como língua nativa são cerca de 70 a 80 milhões, quase a grande maioria na Itália (55 milhões), seguido por San Marino, Malta, Suiça e o Vaticano, todos países com usam o italiano como língua oficial.

Cerca de 150 milhões de habitantes em todo o mundo falam o italiano, falado também em locais como a Ístria, Eslovênia, Croácia, Córsega, Nice, e em antigas possessões italianas como a Albânia e em certas partes da África, que incluem a Etiópia, Líbia, Tunísia e Eritreia.

Ainda hoje, esta língua derivada do Latim é bastante difundida aqui no Brasil nas regiões onde os italianos se instalaram, principalmente no sudeste entre São Paulo e Rio Grande do Sul.
Os motivos são geralmente culturais, descendência familiar, comunidades, pessoas que trabalham em empresas italianas e amantes da moda, design, cinema, música, literatura e artes plásticas.

Nas escolas brasileiras públicas ou privadas de ensino fundamental e médio, algumas delas têm na grade regular o ensino do italiano. É o exemplo de algumas escolas em São Caetano na grande São paulo, na capital paulista como o colégio Dante Alighieri e em outras cidades principalmente no interior do Rio Grande do Sul.

Uma parte significativa da imigração italiana se concentrou no Sul do Brasil, onde foram criadas várias colônias rurais isoladas quase sem comunicação alguma entre si. Isso contribuiu muito para o enraizamento do italiano nestes locais. A maior parte deles concentram-se nas nas zonas vinícolas do Rio Grande do Sul onde o idioma persiste até hoje sendo falado por milhares de brasileiros. Nessa região e em Santa Catarina, além do italiano, algumas comunidades falam o Talian, que é um dialeto Vêneto, devido a grande concentração de pessoas que vieram dessa região da Itália.

Entre 1875 e 1960 cerca de mais de 500 jornais eram impressos em talianos aqui no Brasil, incluindo jornais, semanais, quinzenais, mensais e tiragem únicas.

Principais jornais em italiano no Brasil

Título / Tiragem

Italiani no Maranhão / 800
Affari / 15.000
Corriere lucchese / 5.000
Emigrazione / 5.000
Il titano / 5.000
Italo / 5.000
La settimana del fanfulla / 30.000
L’Italia del popolo / 11.000
Il corriere del Cib / 4.000
Insieme / 10.000
Correio riograndese / 21.000
La voce d’Italia / 5.000
Italia Nossa / 4.000
Mondoitaliano / 750
Comunità italiana / 20.000
Oriundi / 8.000

Além dos impressos em língua italiana, existem muitas rádios e TVs locais que transmitem a sua programação integralmente em italiano para a comunidade.
Esses pequenos comunicadores em massa mantem vivo o idioma e os custumes para os Oriundi e descendentes.

Rádios italianas no Brasil:

Nome / Local

Con l’Italia nel cuore del Rio Grande / Faxinal do Soturno R.S.
Coral Alegria Francescana / Marau R.S.
Fundação cultural Planalto / R.S.
Fundação Radio e Televisão do Paranà / Curitiba Paranà
Il ritorno alle origini- Italia innamorata / Nova Venezia S. Caterina
Italia bella Italia / São paulo
Italia Romantica / São paulo
La voce d’Italia nel cielo del Brasile / Paraná
Radio Bento Gonçalves / Bento Gonçalves R.S.
Radio diffusora Garibaldi / Garibaldi R.S.
Radio emissora Dabarra / Barra Bonita S.P.
Radio impresa fm 102.1 / Rio de Janeiro
Radio Italia / Botucatu S.P.

Televisão em italiano no Brasil

Nome / Local

Italia bella Italia / São paulo
Italia Romantica / São paulo
La voce d’Italia nel cielo del Brasile / Paraná


Afinal, Siamo tutti italiani...

Cantina Mamma Celeste no Bixiga

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Um sábado desses, fui com a família passear no bairro do Bixiga pra ver algumas coisas de decoração e comprar um lustre antigo pra nossa sala de jantar. Como estávamos por lá, não poderíamos deixar de comer em uma das cantinas italianas do bairro.

Na loja de antiguidades, depois de comprar o lustre, fomos perguntados por duas cariocas perdidas em sampa, sobre onde teria uma cantina boa e não tão cara para almoçar. A atendente da loja tomou a frente e foi bem direta: Desçam a rua aqui e lá embaixo depois da padaria basilicata, quase na esquina tem a cantina da Mamma Celeste, vale a pena.

Bom, seguindo o conselho da senhora, que parecia muito convicta, descemos a pé a rua, passamos pela basilicata pra comprar umas coisinhas e seguimos para a cantina.

A cantina é bem simples, na entrada, várias fotos da família na parede, antigas em preto e branco, com uma decoração não tão chamativa nem tão abusada quanto aquelas típicas cantinas do Bixiga que até fantasiam os seus garçons de dancarinos de tarantella.

Achamos uma mesa e pedimos um cadeirão para acomodar o pequeno Bruno que já estava querendo o seu almoço. Dali mesmo avistamos as cariocas já comendo o couvert, fizemos o mesmo e pedimos um vinho italiano pra acompanhar.

Pedimos 2 pratos de pasta caseira, um filetto alla parmegiana e mais um macarrãozinho pro Bruno. O meu prato estava muito bom, uma pasta ao sugo com gorgonzola e azeitonas pretas. O parmegiana também estava ótimo, bem grosso e suculento, muito bem servido.

Enquanto comíamos, avistei chegar uma amiga minha dos tempos de agência que fazia anos que não encontrava. Logo ela cumprimentou a primeira mesa e fiquei ali de olho até que ela fosse a nossa mesa, fiquei na dúvida se ela ia me reconhecer. Ela me avistou e logo veio me abraçar e a surpresa...Ela hoje é a chef da cantina e sócia, pois a família dela é dona da cantina a um tempão. Marta Fuzinato, ex-publicitária de agência agora chef de cozinha da cantina Mamma Celeste no Bixiga, quem diria, pensei eu.

Depois da surpresa, ela nos mostrou as fotos da família Fuzinato na parede da cantina. Ela é filha da Mamma Celeste e contou um pouco da história da cantina e da família antes de ir para a cozinha pegar no batente.

A comida estava ótima, a surpresa foi muito boa e estava por vir uma ainda melhor: a conta.
Quando chegou a maledetta, achei que estivesse errada. Nosso almoço com vinho italiano, couvert pra 2 pessoas, 2 pratos de massa, um parmegiana e mais um mini prato pro Bruno, tudo isso saiu por R$ 100,00.

Bom, essa é a minha dica pra quem quer comer muito bem e barato no Bixiga, vale muito a pena, não gasta muito, preço mais do que justo e come uma bela pasta caseira da melhor qualidade.

Cantina Mamma Celeste
Chef: Marta Fuzinato
Endereço: Rua conselheiro carrão, 460 - Bixiga - São paulo
Tel: 3284-4854
email: mammaceleste2004@hotmail.com

Veja aqui a materia do Fantástico do dia 02/09/2012 onde aparece a Mamma Celeste:

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681662-15605,00-MAGO+DA+COZINHA+REINVENTA+CLASSICO+DA+CULINARIA+ITALIANA+O+NHOQUE.html

Mio bisnonno é nato a Montecchio Maggiore

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Finalmente!!!! Depois de alguns anos na busca, semana passada chegou em casa a certidão de nascimento italiana do meu bisnonno, Giuseppe Della Negra.

Como eu acreditava, ele nasceu em Montecchio Maggiore (VI) no dia 13 de junho de 1882. Estava com dúvidas se acharia essa certidão em Montecchio, pois apenas tinha certeza que seu irmão era de lá.

Em 2007, mesmo com dúvidas, fui pessoalmente a Montecchio Maggiore tentar algo, porém pessoalmente não adianta muito, pois eles necessitavam de tempo para fazer uma "ricerca" nos arquivos.

Continuei na expectativa, aguardando uma resposta de Montecchio, enquanto isso, fui mandando emails para outras comunes de Vicenza, para ver se existia alguma outra possibilidade.

Provavelmente a comune estava com sérios problemas para fazer essa busca. Apenas no ano passado chegou a certidão do Antonio, seu irmão, e só agora a do Giuseppe, depois de 3 anos.

Uma coisa é certeza, meu sobrenome italiano é na verdade "Dalla Negra" e não "Della Negra", como fomos registrados no Brasil. Na própria hospedaria do Brás, a família já chegou com erro no sobrenome, desde então siamo tutti Della Negra e non Dalla Negra.

Bom, valeu a pena a espera, agora vou atrás dos outros documentos que faltam para tirar a cidadania italiana: certidão de casamento, óbito, fazer retificações nos documentos, tradução e depois ficar na fila de 11 anos...


Montecchio Maggiore

Aqui vou falar um pouco sobre a cidade e seus principais pontos turísticos de onde nasceu mio bisnonno paterno.

A cidade é uma das comune italianas da região do Vêneto, província de Vicenza, com cerca de 23.000 habitantes. A origem do nome é do termo "monti clus", que significa "pequena montanha" em latim.
A cidade fica em um local estratégico detectado pelos romanos, pois fica no caminho para o valle Agno, depois de uma estrada ser construída conectando Vicenza ao Campo del Gallo.

Em 1236 a cidade foi de domínio romano, e desde então, a região foi submetida a várias invasões na Idade Média. No século VI foram os lombardos e os bizantinos que acabaram se estabelecendo a sua autoridade por lá, depois tornando-se um grande centro de Ducato vicentino.

Cangrande em 1311 e mais tarde Cangrande II, conquistaram Montecchio e os territórios do domínio Vicentino, e em um projeto para melhorar as estruturas militares, eles construíram os castelos, colocando como responsável, Giovanni Della Scala, a fim de defender a capital e reforçar a estrutura defensiva da comunidade, com uma rede de castelos e muralhas de pedra que são a atração principal da cidade.

As fortalezas poderosas que dominavam Montecchio Maggiore, são os restos de um poderoso complexo para controlar e defender o caminho de Verona a Vicenza.


No século XV, o Vêneto caiu sob a soberania de Veneza, que foi governado até 1797, ano da queda da República Veneziana.
Depois, Montecchio Maggiore foi sede de um pequeno reino que inclui as cidades vizinhas de Sovizzo, Gambugliano, Montemezzo e Mount St. Lorenzo.

No final do século XIX, são realizadas obras civis e religiosas de importância fundamental para a chegada século XX, destacando-se um notável desenvolvimento industrial.



Exibir mapa ampliado



Castelli Scaligeri

Os 2 castelos são os pontos turísticos mais importantes da cidade. O que vemos hoje dos castelos são a versão existente construída por Antonio Della Scala, senhor de Verona, na segunda metade do século XIV.


Historiadores, dizem que já haveria um castelo fortificado desde o ano 1000 no alto do morro com vista para a cidade histórica de Montecchio Maggiore, na verdade, poderíamos dizer que a cidade se desenvolveu no pé da colina do castelo.


O Castello Della Villa (Castello di Romeo) é um belo documento da arquitetura militar, mesmo que as ameias tenham sido destruídas, as restaurações efetuadas nas últimas décadas acabaram transformando-o em um teatro ao ar livre, aberto ao público, com sessões de cinema e outros eventos.


A torre de menagem, é agora usada como espaço para exposições, que se estende ao longo de cinco andares ao topo, sendo visível pelos vales vizinhos.

O Castello Della Bellaguardia (Castello di Giulieta) foi construído com o objetivo de observar a planície entre Verona e Vicenza no ponto mais alto da colina.

As restaurações adaptaram este castelo para receber um charmoso restaurante que opera regularmente a partir dos anos 50.

Ristorante Giulietta e Romeo - http://www.ristorantegiuliettaeromeo.it/

A tradição diz que as duas famílias Montecchios e os Capuletos, da história de Romeu e Julieta, realmente existiram e habitaram os 2 castelos.

As duas famílias, eternas inimigas, foram confiadas as fortalezas de Montecchio pelo senhor de Verona, Cangrande della Scala, para uma reconciliação e aproximar-los na missão de proteger o território.

A intenção foi em vão, mas ali nasceu o amor de grande obstáculo que acabou em final trágico na cidade de Verona.


História foi narrada pela primeira vez em 1524 por Luigi Da Porto Vicenza, no final desse século, e depois inspirou o gênio de William Shakespeare.

Video di Castelli di Montecchio Maggiore



Villa Cordellina Lombardi

O imponente edifício no complexo com seus anexos podem ser considerados um dos mais importantes vilas venetas do século XVIII.


Criada 1735-1760 com desenhos do arquiteto veneziano Giorgio Massari, abriga no salão central do piso principal, um notável "ciclo di affreschi" de Giambattista Tiepolo.


Restaurada entre os anos de 1953 - 1956 por Victor Lombardi, empresário industrial de Brescia, financiador da expedição italiana ao topo do K2, em 1954, queria reformar a casa de campo o mais fiel possível ao seu esplendor original.

Desde 1970 é propriedade da Administração Provincial de Vicenza, que a utiliza para fins culturais e aberto ao público visitante.



O "ciclo di affreschi"é uma celebração da exaltação das virtudes da razão sobre a paixão, a intolerância e a superstição, um tema caro à filosofia iluminista que, em meados do século XVIII, havia conquistado toda a Europa.

De especial relevância artística também a composição de esculturas originais ainda está preservada, no jardim e na fachada da casa de campo.

O complexo do palácio inclui a casa, os estábulos de cavalos e casas de hóspedes, além de estábulos rústicos e celeiros para recolher os alimentos nos campos.

Duomo di Santa Maria e San Vitale

É um edifício neo-gótico que data de 1892 que abriga os altares e obras de arte da antiga igreja paroquial demolida.


Este edifício tinha origens antigas antes do ano 1000 e foi a igreja matriz de todos os edifícios sagrados dos vales de Chiampo e dell’Agno.


Na Catedral há uma preciosa pintura do século XVIII feita por Antonio De Pieri, pintor de Vicenza, um trítico de pedras preciosas de origem século XV, que tem origem na antiga igreja paroquial, outras obras menores século XIX e uma série de obras recentes, entre eles uma Via Crucis e um grande crucifixo pintado de acordo com a igreja gótica do século XIV.



Vídeo das atrações de Montecchio Maggiore

Receita original do molho à bolonhesa

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Você sempre achou que fazer aquela macarronada à bolonhesa no domingão com a família era a opção mais simples de almoço?

Bom, aqui no Brasil pode ser, mas em Bologna na Italia é bem mais complexo.

O molho bolognesa que fazemos no Brasil e em alguns outros países, não é nem de perto como é originalmente feito na Itália, mais precisamente na cidade de Bologna, onde foi criado o ragù alla bolognese, nome original em italiano do nosso molho à bolonhesa.

Segundo os próprios bologneses, o molho vêm sido alterado e simplificado por anos e hoje apenas leva dois ingredientes da receita original italiana. A maioria das pessoas faz o molho bolonhesa com carne moída, alguns temperos (alho e cebola) e molho de tomate ao sugo (sem pedaços).

Pois bem, a primeira surpresa em relação a receita original é que a massa recomendada para acompanhar o molho é o tagliatelle e não o spaghetti como geralmente usamos.

Outra diferença é que o molho original leva leite. Madonna!!! Agora que a macarronada da nonna foi pro brejo de vez...

Veja aqui abaixo a receita original do molho à bolonhesa italiana:

300 gr Carne moída
50 gr Bacon
50 gr manteiga
2 tomates cortados em pedaços
50 gr cenoura
50 gr cebola
50 gr aipo
50 gr ervas
50 gr alho
1/2 copo de vinho branco
200 gr de leite integral

Modo de preparo:

Doure o bacon na manteiga, depois a cebola e o alho, depois junte a carne e as ervas, cenoura, aipo. Depois da carne refogada, coloque o leite e deixe ferver até reduzir, adicione os tomates e em seguida o vinho. Deixe o molho consistente e pronto. Mangia che te fá bene.

Além dos muitos ingredientes diferentes, até o modo de preparo do prato está errado. Geralmente colocamos o molho em cima do macarrão quando o prato vai à mesa. Pois bem, na receita original, o molho já é misturado à massa dentro da panela, e não no prato.

Esta receita foi patenteada pelos italianos em 1982 e ainda vem sido usada tradicionalmente por lá e em restaurantes de grandes chefs italianos. Segundo os detentores da patente, o molho é feito exclusivamente para ser usado em tagliatelles, portanto esqueça de usar em lasanhas e outras massas.

Veja aqui um video que a BBC produziu sobre o assunto.

Cidadania Italiana, a saga continua

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Documentos, certidões, requerimentos, tudo certo para o processo do reconhecimento da cidadania italiana, porém há 2 caminhos bem distintos a percorrer.

Me cadastrei no site do Consulado Italiano de São Paulo para solicitar o agendamento da entrega dos documentos solicitados para a cidadania, mas a resposta que tive não foi das mais animadoras:


Prezado Usuário,

Em relação ao seu pedido informamos que deverá comparecer no dia 12/06/2019, das 8:30h às 11:00h no Consulado Geral da Itália - São Paulo situado na Av. Paulista, 1963 munido dos documentos a serem legalizados.



Como é que é???? 2019??? Daqui a 9 anos??? Ma che cazzo?!?!?!
Pois é, esta é a fila para a legalização aqui em São Paulo, 9 anos de espera.

Como não sou de esperar muito, minha ansiedade não permite, resolvi buscar outras alternativas, empresas especializadas em assessoria no processo de reconhecimento da cidadania italiana.
Algumas são com certeza pura enganação, outras parecem ser mais sérias, mas quase todas tentam com aquele jeitinho brasileiro conseguir a legalização das certidões aqui para poder solicitar o passaporte direto na Itália.

Existem algumas discordâncias no assunto. Em uma delas, a pessoa me disse que o processo seria: retificar o documento (alterar datas e nomes na certidões de nascimentos), traduzi-los para o italiano, depois entrar com um recurso no consulado italiano para a legalização do documento, ou seja, furar a fila de espera, e só depois disso, a legalização para poder tirar o passaporte na Itália. Tudo isso pela bagatela de 18.000 reais, fora a parte italiana, que deveria ser feita em Verona.

Outra empresa me passou o valor de 9.000 reais para traduzir e legalizar os documentos no consulado, fora a parte italiana. Tudo isso sem a necessidade de retificação das certidões, para depois retirar o passaporte na Calabria.

Em outra empresa, não ficaria por menos de 12.000 reais, pois além da legalização, teria que retificar os documentos pra depois embarcar para Milano e retirar o passaporte.

Realmente, a coisa parece ser bem mais complicada do que parecia, ou espero 9 anos, ou então gasto em torno de 18.000 reais para tirar fora do país em mais ou menos 6 meses.

Ano que vem tenho um casamento em Madrid, minha cunhada vai casar lá, e posso aproveitar a viagem para tirar o meu passaporte italiano. Tudo depende do tempo e do $tempo$, com certeza vai sair, mas não sei por onde.

Vamos que vamos! A saga continua...

Fotos antigas de São Paulo: enchentes e alagamentos

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Esse post é para você que achava que o São Paulo só seria alagada por conta do crescimento desenfreado, do acumulo de sujeira e dos maus tratos dos paulistanos com a sua cidade.

O lixo é responsável por 40% dos alagamentos nas grandes cidades. O crescimento desordenado da população e de construções na cidade aumenta muito o risco de enchentes, não só pela impermeabilização do nosso solo, mas pela quantidade de lixo que essa população produz.

Mas essa não é a única fonte das causas de enchentes em São Paulo. Encontrei algumas fotos antigas de grande alagamentos na cidade em uma época que a população não era nem 1/4 do que é hoje, entre as décadas de 50 e 60 a população da cidade era cerca de 28% do que é hoje. A tendência é que a coisa fique mais preocupante a cada dia que passa.

Aquecimento global? Lixo? crescimento desordenado? Como explicar as enchentes na cidade em uma época que não tínhamos esses problemas?

Será que poderíamos explicar as enchentes nessa época pela topografia da cidade? Talvez sim, o pequeno povoado que cresceu as margens dos rios Anhangabaú e Tamanduateí, tem os mesmos como seus principais agentes.

Os rios de São Paulo que originalmente corriam pela cidade, sofreram grandes mudanças por conta do crescimento desordenado e falta de planejamento urbano.

Não foi levada em consideração as exigências da natureza. Rios inteiros foram engolidos pela cidade: canalizados, desviados, cursos mudados e várzeas aterradas.

O rio Tamanduateí tinha cerca de 43 afluentes que deram origem a alguns bairros e vilas, como o Ipiranga e a Mooca. A maioria desses córregos estão completamente canalizados e transformados em coletores de esgoto.

Enquanto a administração pública não compreender a real importância que tem os rios da nossa cidade, estaremos sujeitos a grandes inundações, catástrofes que serão cada vez mais freqüentes.

Hoje a cidade que engole os nossos rios, amanhã seremos engolidos por eles.

Veja essa série de fotos antigas da cidade de São Paulo em um dos seus piores momentos de alagamentos:




Marginal Tietê, Zona Norte, 1960



Túnel do Anhangabaú, Centro, 1963



Av. 9 de Julho, Centro



Vale do Anhangabaú, 1967



Rua Teixeira Leite, Centro, 1956



Av Cruzeiro do Sul, Zona Norte - 1957

Centro da cidade



Rua General Carneiro, 1958



Piscina do Adhemar, no Anhangabaú, 1958



Bairro do Cambuci, 1935



Grande enchente de 1929



Grande enchente de 1929



Grande enchente de 1929



Bairro do Bom Retiro, Rua Benedito Junqueira Duarte, 1943



Várzea do Glicério, 1915

SAC da prefeitura de São Paulo

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Em um desses papos de almoço aqui no trabalho falamos sobre como nós brasileiros somos acomodados no sentido de não questionar, de não irmos atrás dos nossos direitos como cidadão e de como essas coisas não funcionam no Brasil, geralmente porque a população tem descrédito na administração pública.

Acabei me lembrando de uma história que não pode ser considerado um case de sucesso, mas vale com exemplo de como vale a pena ir atrás e fazer valer nossos direitos.

Eu sempre fui adepto de que para mudar alguma coisa por aqui, precisamos começar de dentro de casa, depois pela sua quadra, depois pela sua rua, bairro, cidade e por fim mudamos o todo.

Logo que fui morar na Vila Clementino reparei que na minha quadra não havia sequer uma arvore. Bom, na verdade tinha uma que estava morta e completamente seca, com perigo de cair na cabeça de alguém. Além disso, uma escola vizinha do meu prédio tinha feito uma reforma e praticamente destruiu a calçada, toda vez que tentava passava por lá com o carrinho de bebê, acabava desviando pela rua.

Liguei na prefeitura para fazer essas reclamações e fui informado a abrir um chamado no site deles de SAC. Nessa hora quase ri na cara da atendente, mas tudo bem, vamos tentar.

O sistema é simples, escolhe a categoria, abre o chamado e pronto tem um protocolo para o seu controle. Sistema de atendimento ao cidadão - http://sac.prefeitura.sp.gov.br/default.asp

Foram 4 chamados: Um para plantar uma arvore na frente do meu prédio, outro para remover a arvore seca, outro denunciando a calçada da escola destruida e o último para colocar algumas lixeiras na rua. Anotei todos os protocolos, mas não senti acreditei muito que poderia acontecer algo, parecia que coisa não ia passar de mais um cadastro perdido na net.

Minhas reclamações eram mais relacionadas a limpeza publica, mas você pode fazer denuncias como por exemplo uma edificação com perigo de desabar, vigilância sanitária, problemas de fiscalização com a CET, dengue e etc.

Depois de algumas semanas levantei cedo pra ir no supermercado ali na rua mesmo para comprar algumas coisinhas e vi a arvore novinha plantada ali na frente do prédio. Mais algumas semanas e a escola resolveu refazer completamente a calçada que fora destruída pela reforma, provavelmente um fiscal foi lá notificá-la. Em mais algumas semanas, a arvore seca desapareceu dando lugar a uma recém-nascida. Até o momento não reparei se as lixeiras haviam sido colocadas, mas parece ser uma questão se tempo.

Estou muito longe de querer apoiar aqui a administração publica atual, muito pelo contrário, acho de péssima qualidade, porém tenho que deixar aqui registradas as coisas positivas.

A população de São Paulo é carente de um canal de comunicação com a administração publica que realmente funcione. Deixo aqui a minha dica e espero que cada um faça a sua parte. Se todos começarmos pelas proprias ruas, logo mais teremos uma cidade muito mais limpa e bonita.

SAC Prefeitura SP:
http://sac.prefeitura.sp.gov.br/default.asp

Culinária da Emilia-Romagna com vinhos do piemonte

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Mais uma viagem sensacional pela Europa, cerca de 8 dias na Espanha e 22 dias na Itália, onde aproveitei o tempo para dar entrada na cidadania italiana.

Obviamente que foram muitas cidades, e em cada uma delas, tenho milhares de coisas para contar, porém neste post, vou contar uma experiência gastrônomica única que valeu cada um dos 160 euros que gastei.

Passamos por várias cidades na Itália: Milano, Torino, Alba, La Morra, Barbaresco, Barolo, Serralunga D'Alba, Genova, Portofino, Monterosso Al Mare, Santa Margherita di Liguria, Lucca, Bologna, Parma, Sirmione, Brescia, Iseo, Bergamo e Como. Come-se muito bem em qualquer uma dessas comunes, mas em uma delas, talvez a menor, aproveitamos um festival gastronômico em uma vinícola para conhecer a culinária da emilia-romagna regada a vinhos piemonteses.

Tudo começou logo depois de deixar Torino, como planejado, passamos por Alba para escolher um Hotel, conhecer o local e depois as vinícolas da região. Ao dar as primeiras voltas, percebemos que era uma cidade sem graça, apesar de ser uma das maiores do Vale Langhe, região vinícola do Piemonte.

Essa é a vantagem de não reservar hotel em todas as cidades que você pretende visitar, com um carro alugado em mãos, você pode mudar de planos sem problemas. Desistindo de ficar em Alba, decidimos procurar uma cidade menor que tivesse vinhedos por todos os lados, passamos por várias, pois todas elas ficam entre 10 e 15 Kilometros uma das outras, mas como foi escurecendo, decidimos pegar qualquer uma delas por ali mesmo.

Decidimos então ficar em Serralunga D'alba, uma cidade minúscula que tem um castelo medieval e uma grande vinícola, Tenuta Fontanafredda, muito conhecida pelos complexos Barolos que faz e talvez uma das maiores de todo o Piemonte.

Foto: Serralunga D'alba (Vale Langhe - Piemonte)

Antes de embarcar para a europa, já havia olhado algumas coisas para fazer no Vale Langhe, e umas das que me chamaram atenção foi um festival gastronômico feito por esta vinícola em comemoração ao aniversário de 150 anos da republica italiana. Um festival que contava com um chef italiano diferente a cada semana - Osterie Unite D'Italia: le Cene e i Pranzi delle migliori osterie d'Italia.

Já em Serralunga D'Alba, uma cidade que pode ser conhecida a pé em 20 minutos, o que realmente valeu mesmo foi conhecer a Tenuta Fontanafredda e o festival gastronômico. Primeira coisa foi fazer a prenatazione para o jantar daquela noite: $58,00 euros por cabeça. E ai?? Caro??? Eu também achei, mas depois que fiquei sabendo do menu de degustação, o local e de como seria o jantar, achei até barato.

O evento estava marcado para as 20hs, o sol ainda estava firme e forte. De carro até o local não gastamos mais do que 5 minutos. Saímos cedo e chegamos bem na hora dos antepastos que estavam sendo servidos em uma antesala. Enquanto saboreávamos salaminos, cassoncinis e frittatines, foram sendo abertas as primeiras garafas de vinhos, todas da própria tenuta.

Éramos em um grupo de 20 pessoas no máximo contando com um enólogo da tenuta, o chef e um assistente, maitre e 3 garçons. Todos foram apresentados ali de pé mesmo com as taças na mão sem muita frescura. Depois de 6 ou 7 garrafas degustadas, fomos convidados a nos sentar às 6 mesas redondas disponíveis em um outro salão pequeno e pouco iluminado com uma decoração rústica com móveis antigos, tijolos à vista e uma enorme cozinha aberta, aquela tipo ilha, onde o chef iria fazer os pratos ali mesmo na nossa frente.

O maitre apresentou o chef desta semana chamado Massimiliano do restaurante La Sangiovesa. A cada semana, eles estavam trazendo um chef de cada região italiana e a daquela semana era da Emilia-Romagna, quase centro da Itália, conhecida região do molho a bolognesa e da autêntica Lasagna.

Lógico que não vou contar prato a prato, vinho a vinho, mas só para ter ideia do tamanho do menu, foram ao todo 4 pratos degustação, mais sobremesa e cada prato era harmonizado com um vinho da produção deles, começando pelos mais leves como o Dolceto d'alba e um espumante brut, depois o médio Nebbiolo D'alba e o último mais encorpado e complexo de todos o Barolo e pra finalizar, para a sobremesa, bebemos um Barolo chinato, que é um vinho doce para acompanhar as desserts. Não sei como não engordei nesta viagem :-)

A cada prato, o maitre explicava sobre a harmonização do conjunto e o enólogo servia os vinhos mesa a mesa contando um pouco mais de cada um. Além de comemorar os 150 anos da república italiana, a intenção desse festival é fazer com que você tenha uma ótima experiência e conheça os vinhos da Fontanafredda para depois comprá-los. Foi o que eu fiz.

Bom, vou transcrever aqui abaixo o menu completo e postar algumas foto.
E Viva a Italia!





Menu*


Antipasti

- Cassoncini alle erbe di campo
- Salamino di maiale con la piada
- Frittatine miste al vegetale
- Porchetta tradizionale

Piatti

- Tortino di formaggio squacquerone con verdure in giardiniera e crema di rucola
- Arrostino di faraona farcita al tartufo nero, con crema di patate e piselli
- Lasagne verdi al forno come vuole la tradizione in Romagna
- Coppa di Mora romagnola con purea di sedano rapa e asparagi croccanti

Dessert

- Il nostro gelato alla crema e cannella variegato alla Saba e croccante alle mandorle

Vini

- La Lepre Dolcetto di Diano d'Alba Fontanafredda
- Vigna Gatinera Brut Alta Langa Fontanafredda
- Mirafiore Langhe Nebbiolo Fontanafredda
- Paiagallo Vigna La Villa Barolo Fontanafredda
- Barolo chinato Fontanafredda


* Coloquei algumas palavras traduzidas nos comentários deste post
















Sexo, drogas e arte: Exposição Modigliani no MASP

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Como diriam meus amigos, "tiquei" a  exposição do Modigliani no MASP. Já gostava de alguns quadros dele e gostei ainda mais quando vi o filme sobre ele com atuação do Andy Garcia. Sexo, Drogas e Arte. Modigliani foi como o Keith Richards para o Rock n' roll, mas no seu caso, sua arte era a mais pura expressão plástica.

A exposição é boa e simples, inclui além de famosas pinturas, algumas gravuras e esculturas, sempre mostradas em suas fases artísticas seguindo uma ordem cronológica regada a romances, álcool, haxixe e arte.

De Livorno para Florença, depois para Veneza, Paris e de Paris para o mundo. Inconformado com a falta de perspectiva cultural, Amedeo Clemente Modigliani saiu da Itália para Paris em 1906 buscando novos ares culturais, já que a Itália ficara pequena para suas aspirações.

Passou por momentos difíceis: falta de grana e consumo excessivo de álcool, muitas vezes mesmo passando fome, recusava-se a trabalhar em qualquer outra atividade que não fosse a arte.

Em umas das melhores fases chegou a esculpir para se manter economicamente e dessas esculturas surgiram alguns dos traços mais marcantes de suas pinturas: geralmente mulheres com narizes, mãos e pescoços bem alongados, cabeças menores que o corpo e olhos amendoados, porém opacos ares melancólicos com uma certa sensualidade.

Em sua passagem por Paris, envolveu-se com algumas mulheres e conheceu grandes artistas como Picasso e Renoir. Nos últimos anos de vida apaixona-se por Jeanne Hébuterne, uma pintora francesa com quem teve uma filha e que suicida-se gravida de um segundo filho logo após a morte do seu amado por tuberculose.

Modigliani morre aos 35 anos, mas deixa uma obra única.

Fica aqui a minha indignação com o MASP, que merece muito mais respeito e cuidado. Há uma grande desorganização, falta de informação, pessoal preparado e manutenção. Encontrei elevadores quebrados, goteiras, banheiros sujos, falta de guias bilíngues e etc. É triste ver o MASP assim.



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